quinta-feira, 24 de março de 2011

RECUPERAÇÃO ESCOLAR


ATIVIDADE APRESENTADA NO CURSO DE PEDAGOGIA - FAPI - PINHAIS
RECUPERAÇÃO ESCOLAR

 Vera Lúcia Pereira de Souza

A recuperação escolar é uma das atividades importantes, que se discute no plano escolar.
A preocupação com a aprendizagem dos alunos igualmente é política, porque as escolas são rotuladas a partir dos saldos das avaliações externas, desempenhadas por seus alunos.
Os resultados de rendimento e aproveitamento escolar, analisados por meio das avaliações externas, são apreensões duráveis nas escolas públicas municipais e estaduais.
Todo o envolvimento da política estadual e municipal com o rendimento escolar, também está vinculado às metas nacionais do Plano de Desenvolvimento da Educação, que pretende atingir a média nacional 6, até 2021. Esse é um índice de desempenho internacional. (BRASIL, 2001, p. 22).
A média alcançada pelas 4ª séries das escolas públicas nacionais, na Prova Brasil de 2007, foi de 4,2. (BRASIL, 2008).
À escola cabe viabilizar a todos os alunos ocasiões de aprendizagem e permitir a superação das dificuldades deparadas no trajeto desse aprendizado. A recuperação é um instrumento relevante para levar o aluno ao sucesso escolar. Contínua ou Paralela objetivam combater a discrepância de conteúdo programático. É importante meditar, nesse sentido, o que diz Barreto (2002) nós desejamos marchar para um horizonte apontado, o da escola democrática e inclusiva, que receba as crianças, sem restrição, e dê conta de ensinar-lhes conteúdos socialmente expressivos, mas não temos conhecimentos de como fazer para chegar lá.
A experiência com a realização desta pesquisa sobre recuperação mostrou-nos que os sucessos dos alunos são mais efetivos, quanto mais domínio se tem com a programação, cumprimento e avaliação da produção. Compreendemos que quanto mais diálogo existia entre supervisor e alunos/professoras melhor era a performance destas com os alunos. Quanto mais bem preparadas elas estavam, mais eficazes eram as estimulações e as intercessões com seus alunos, descreveram.
De fato, torna-se cada vez mais indispensável que a escola abra espaço e instigue os professores, os demais membros da comunidade escolar bem corno os alunos e seus pais para discutirem a avaliação do rendimento escolar promovendo encontros os quais deverão ser ininterruptos e muito reflexivos.
E, deve-se destacar: independente dos discernimentos seguidos pela escola, não se poderá esquecer as características particulares de cada aluno. Auto- avaliação, hetero-avaliação, testes, provas, entrevistas, observação direta, observação participante bem como outras técnicas e instrumentos de avaliação poderão ser formados e aproveitados no dia a dia da escola desde que sejam decididos como meios mais apropriados.
Nessa direção da educação, da aprendizagem, da recuperação, o professor necessita ficar alerta, conversar, argumentar, mostrar, estimular o debate sem, no entanto, adotar o ato pedagógico como se fosse o todo-poderoso. Por fim, a avaliação que permite crescimento, provoca discussão, debates, funda-se numa relação dialógica e lógica. Sugere realimentação.
Contudo, em hipótese alguma, a recuperação poderá expressar castigo.
Tendo condições de, criticamente, compreender o Sistema Educativo, por certo, professores, alunos e pais compreenderão que a escola tem sua história; não esta ilhada na comunidade. Ela não nasceu por casualidade. Ao descobrirem seus conflitos pessoais, profissionais, melhor conhecendo-se a si próprios, auto-avaliando-se constantemente, com aguçado espírito crítico, os professores apresentarão maior probabilidade de desvencilhar-se de empecilhos, aprimorarem-se, desenvolver como educadores e como avaliadores, adotando decisões, acertando, errando, colaborando.
Para isso, é conveniente que o professor tenha uma visão viva dos fundamentos de seu campo de conhecimento, daquilo que é nuclear no projeto que desenvolve, dos critérios que orientam seu trabalho, dos pontos importantes de sua atuação didática e dos apontadores daquilo que o professor estima e ambiciona ver desenvolvido em seus alunos. Deste modo, poderá produzir, interpretar ou memorizar os períodos expressivos que, pouco a pouco, colaboram para formar um cenário do aluno, da classe, do projeto todo.
Mais que isso, permite que as relações pessoais aconteçam em um clima de confiança mútua e auxilia, segundo aconselha Marina (1999), que possamos fazer brotar na escola a cultura da transparência, por meio de uma relação de colaboração.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Os desafios da avaliação nos ciclos de aprendizagem. In Progressão continuada – compromisso com a aprendizagem. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002.

BRASIL. INEP. IDEB: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Resultados e Metas, 2008. Disponível em: < http://ideb.inep.gov.br/Site/>. Acesso em: 02 mar 2010.

______. Ministério da Educação. PDE - Plano de desenvolvimento da educação:razões, princípios e programas. Brasília: MEC, 2001. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/livromiolov4.pdf>. Acesso em: 28 mai 2009.

MARINA, J.A.. Avaliação: da excelência à regularização das aprendizagens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

DEFINIÇÕES DE AVALIAÇÃO ESCOLAR


ATIVIDADE APRESENTADA NO CURSO DE PEDAGOGIA - FAPI - PINHAIS

DEFINIÇÕES DE AVALIAÇÃO ESCOLAR

Vera Lúcia Pereira de Souza

Avaliação é o tipo de metodologia muito complexa de ser aplicada na pratica nas escolas brasileiras, precisamente devido a ser assunto ignorado pelos professores e dirigentes. Por isso julgamos necessário tratamento teórico.
Achamos melhor começar pelo significado de avaliação apresentada por Luckesi (1995), que quando fala em avaliação da aprendizagem, opta defini-la como sendo um juízo de qualidade sobre elementos relevantes para uma tomada de decisão. A compreensão de avaliação que sinaliza a afinidade de professores e alunos, segundo Hoffmann (1996), é a que define essa atuação como julgamento de valor de resultados obtidos.
No entanto, hoje em dia a avaliação na maior parte do sistema educativo depara-se centrada no professor e se caracteriza pelo autoritarismo, onde avaliar é rotular, é aprovar ou reprovar.
Estes equívocos e incoerências que ocorrem na prática da avaliação apresentam como responsável a dicotomia entre educação e avaliação.
Hoffmann (1996), narra que os professores compreendem a ação de ensinar e avaliar como períodos distintos e não relacionados. Deste modo, por não dar a seriedade indispensável que a avaliação deve possuir dentro da metodologia de aprendizagem, os professores desempenham as ações acima mencionadas, de forma diferenciada. Assim sendo, mesmo buscando inovar, o professor ensina matéria, aplica prova escrita, imputa nota e conclui o ato da avaliação.
Ao empregar a nota como conclusão absoluta, o professor comprova não ter idéia que a avaliação é um dos múltiplos períodos de coleta de informações a ser realizada dentro do processo ensino - aprendizagem, hábil de lhe proporcionar elementos para um juízo de valor, que admita a tomada de uma decisão a respeito do trabalho pedagógico que vem sendo desenvolvido e o conseqüente desenvolvimento ou não do aluno.
Souza (1992), ao se mencionar ao tema diz que a avaliação desempenha um importante controle sobre a informação, porque o aluno aprende para fazer prova, responde perfeitamente aquilo que nem mesmo apreendeu, sem esquecer que as questões são mal ordenadas e admitem múltiplas interpretações. Deste modo professor e aluno não interatuam, fazendo-se sujeitos do método educacional. O processo de construção do conhecimento, por meio da aquisição gradual de conhecimentos, não é levado em importância. O professor trabalha com circunstâncias fechadas e orientadas para a memorização e o condicionamento, cabendo ao aluno a papel de obedecer a regras pré - estabelecidas e reproduzir no momento certo o conteúdo apontado e narrado por este docente, por meio de respostas que serão avaliadas certas ou erradas, segundo critérios por ele instituídos. Essa é a avaliação da aprendizagem que a escola desempenha.
Necessita o professor abolir com a prática equivocada de avaliação como avaliação de resultados de provas e testes. É preciso que o professor apreenda que a função seletiva e discriminatória das notas e julgamentos, gera sérios danos ao aluno, que muitas vezes o transportam para o resto da vida, com títulos recebidos no período escolar de: aluno “fraco”, "incapaz” e pejorativamente “burro”.
Embora esta mesma função seletiva das notas e conceitos, acarreta discriminação e sérios estragos sociais decorrentes da reprovação de estudantes das camadas populares.
Deste modo, a avaliação é fundamental ao procedimento ensino - aprendizagem, sendo a ele essencial quando bolado como problematização, questionamento e ponderação sobre a atuação.
Educar é fazer ato de sujeito, é problematizar o mundo em que habitamos para ir além das contradições, comprometendo-se com esse mundo para recriá-lo constantemente. (GADOTTI, 1984).
Logo, avaliação é a reflexão modificadora em ação, que estimula a novas reflexões.
Cabe ao professor uma reflexão constante sobre a sua realidade, um acompanhamento ininterrupto do aluno, no andamento da construção do conhecimento.
O professor necessita ver a avaliação na escola, numa perspectiva de construção da informação. Hoffmann (1996) sugere para a prática da avaliação, na perspectiva de construção, duas premissas fundamentais:
a) confiança na probabilidade do aluno construir as suas próprias verdades;
b) valorização de suas manifestações e interesses.
A avaliação, na perspectiva de construção do conhecimento, recusa a idéia de que o erro comprova fracasso e dúvida expresse ausência de conhecimento. Contudo, que o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensão educacional é um componente altamente expressivo ao desenvolvimento da ação educativa, pois admitirá ao professor a observação e averiguação de como o aluno se posiciona perante o mundo ao construir suas verdades.
Analisando esse aluno como um sujeito livre para tomar suas próprias deliberações, crítico, inventivo, descobridor, observador e participativo, atuando com colaboração e harmonia, isto é transformando-se em um cidadão.
Deste modo, avaliar é criar ocasiões de atuação / reflexão, num constante acompanhamento pelo professor, que instigará o aluno às novas demandas - problemas, a partir das respostas apresentadas.
Neste ponto de vista a avaliação troca de ser período terminal do método ensino - aprendizagem, para se converter em momentos estáveis de procura da apreensão das dificuldades do aluno e no oferecimento de novas oportunidades de obtenção de conhecimento.
Hoffmann (1996) cita que para o desenvolvimento desse método avaliativo, demanda do professor uma visão vasta e detalhada de sua disciplina, de modo que lhe comporte instituir relações entre as suposições estabelecidas pelo aluno e a cientificidade do conhecimento.
Podemos, então, finalizar que a avaliação escolar é um item do processo ensino - aprendizagem, cujo intento é coletar informações que permitam estabelecer uma contrapartida entre os elementos alcançados e os objetivos propostos, a fim de que o professor possa averiguar o desenvolvimento do aluno em relação ao trabalho realizado, guiando - o deste modo para uma tomada de resoluções em relação às atividades que se segue.
Além disso, não há dúvida de que os resultados conseguidos com os processos convencionais de avaliação não são os ambicionados pelos planos de ensino dos professores. Isso pode ser revertido, quando ficar compreendida o papel de cada instrumento, não como uma atuação isolada e precisa, mas uma atuação avaliativa que, por estar associada a um plano de formação, é por essência uma ação de educação e de aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA

GADOTTI, Moacir. Educação e Poder - Introdução à Pedagogia do Conflito. 8ª Ed. São Paulo: Cortez, 1988.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito e Desafio - Uma Perspectiva Construtivista. 18ª Ed. P. Alegre: Mediação, 1996.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

SOUZA, Angela Maria Calazans de. A avaliação no processo de construção do Conhecimento. Revista Amae - Educando. Belo Horizonte, 1992.

quarta-feira, 23 de março de 2011

DEUS CAPACITA OS ESCOLHIDOS

Para reflexão...

DEUS CAPACITA OS ESCOLHIDOS


Conta que certa vez, estavam duas crianças patinando num lago congelado.
Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido,
perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso?
É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um idoso que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples - respondeu o idoso.
- Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz.
“Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, CAPACITA OS ESCOLHIDOS”.
Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança.
Confie...
As coisas acontecem na hora certa.
Exatamente quando devem acontecer!
Momentos felizes louvem a Deus.
Momentos difíceis busquem a Deus.
Momentos silenciosos adorem a Deus.
Momentos dolorosos confiem em Deus.
Cada momento agradeça a Deus.
Jesus nos ama muito!!!!
Um grande abraço a todos e que Cristo continue nos iluminando...
Verinha

MARCAS DE BATOM NO ESPELHO DO BANHEIRO...

Só para reflexão...
Marcas de batom no espelho do banheiro...
 
Amo psicologia infantil!
Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom. O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam às mesmas marcas de batom...
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora. No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!
Moral da história: Há professores e há educadores...
Comunicar é sempre um desafio!
Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados. Por quê?
• Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade;
• Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência;
• Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença;
• Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.
Um grande abraço a todos e que Cristo continue nos iluminando...
Verinha

MÚSICA E DANÇA PARA CRIANÇAS DO ENSINO COMUM E ESPECIAL

Atividade apresentada na Pós-Graduação em Arte, Educação e Terapia

[1]Vera Lúcia Pereira de Souza


MÚSICA E DANÇA PARA CRIANÇAS DO ENSINO COMUM E ESPECIAL



                            O ensino fundamental  e o ensino especial configuram-se como um período escolar especial na vida dos alunos, porque é nesse tempo de seu desenvolvimento que eles tendem a se aproximar mais das questões do universo do adulto e tentam compreende-las dentro de suas probabilidades. Tornam-se curiosos a propósito de temas como a dinâmica das relações sociais, as relações de trabalho, como e por quem as coisas são produzidas.

DANÇA

                A arte da dança faz parte das culturas humanas e sucessivamente integrou o trabalho, as religiões e as atividades de lazer.
                A composição e o funcionamento do corpo e os elementos que compõem o seu movimento almejam demonstrar segurança ao movimentar-se, empenham-se na pesquisa do uso do corpo no espaço, nas diferenças de peso e velocidade e se articulam com essa informação. A dança não é linguagem: ela não informa significados, mas manifesta sentidos.
                Interessar-se pela dança como atividade coletiva e empenham-se na criação em grupo de forma solidária, é ser apropriado para arranjar e criar séries de movimentos em grupo, interagir com os colegas, acatando as qualidades individuais de movimento, cooperando com aqueles que têm dificuldade, recebendo as diferenças, valorizando o trabalho em grupo e empenhando-se na aquisição de resultados de movimentação harmônica, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo professor.
                Compreendendo e desejando as diversas danças como manifestações culturais, o aluno será capaz de analisar e avaliar as diversas danças presentes tanto na sua região como em outras culturas, em diferentes épocas.

“(...) a cabeça é uma parte importante do corpo humano, mas só se está em relação orgânica como coração, com o sentimento. Sem esta relação, a cabeça é a fonte de todos os perigos e de todas as corrupções, em todos os terrenos e, portanto, também no da arte.” (KANDINSKY, 1990).

                Sendo assim, são vários os profissionais da dança.
                A dança é continuamente a criação de uma forma dinâmica (o corpo descreve formas no espaço), as formas de ampliam no tempo. Professores de dança aceitam ao aluno uma maior sensibilidade para com o mundo em volta de cada um.

MÚSICA

                            Música vem do grego “mousiké” e significa a arte de combinar sons de maneira aprazível ao ouvido. A música está presente na vida do homem desde seu advento sobre a face da terra. Sempre esteve integrada às tradições e às culturas de cada época.
                            O ensino da música na educação básica reconquista lentamente seu espaço graças à articulação de pedagogos e do desenvolvimento de projetos interdisciplinares.
                            A LDB 9.394/96, os PCNS e referenciais curriculares posteriores a ela instituíram o ensino das artes e desenvolveram a música (e também o teatro, a dança e as artes visuais) e lhe conferiram o status de disciplina.
                            Nos últimos anos os docentes vêm se rearticulando para apontar à sociedade a importância da música no desenvolvimento dos alunos, desde a educação infantil, pois ajuda no desenvolvimento do aprendizado cognitivo, na capacidade lógica, na motricidade, no desenvolvimento estético e na socialização, além de ser uma ligação entre as diversas manifestações da cultura nacional.

"Cantar em conjunto, achar os intervalos musicais que falem como linguagem, afinar vozes significa entrar em acordo profundo e não visível sobre a intimidade da matéria, produzindo ritualmente, contra todo o ruído do mundo, um som constante (um único som musical afinado) diminui o grau de incerteza do universo, porque insemina nele um princípio de ordem.” (WISNIK, 1989:24)

                            As músicas brasileiras constituem possibilidades para o ensino da música com música e pode fazer parte das produções musicais em sala de aula, aceitando que, o aluno possa organizar hipóteses a respeito do grau de precisão necessária para a afinação, ritmo, percepção de elementos da linguagem.
                            O educador deve apresentar a música para a sala de aula, oferecendo aos alunos acesso às obras que possam ser significativas para a ampliação pessoal em atividades de apreciação e produção.


SUGESTÕES DE ATIVIDADE DE DANÇA E MÚSICA PARA SEREM TRABALHADAS EM DATAS COMEMORATIVAS

FEVEREIRO

                Depois do carnaval trabalhar, por exemplo, a canção vencedora da escola de samba da cidade ou as canções que foram ouvidas pelos canais de comunicação e o tipo de dança. Caso as aulas comecem antes do carnaval, trabalhar uma canção escolhida pelos alunos, do carnaval atual e de carnavais passados.

MARÇO
                O dia do circo, dia internacional da mulher e início do outono pode ser trabalhado com canções, dobraduras, colagens e danças dos palhaços.

ABRIL

                O descobrimento do Brasil, o Índio e Tiradentes. Trabalhar canções que falem de índios ou canções indígenas. Conforme o nível da classe, situar geograficamente as regiões do Brasil e a localização das diversas tribos com seus costumes, seus mitos e lendas, suas danças, seus instrumentos musicais que poderão facilmente ser confeccionados pelos alunos para acompanhar as canções.

MAIO-JUNHO

                Os temas são contextualizados de acordo com o local em que está a escola. As festas juninas: reúnem som, cor, dança, música, texto, adivinhações, artes plásticas pela confecção dos enfeites como bandeirinhas e outros adereços juninos.

AGOSTO

                Mês do folclore. Ocasião em que se retomam as nossas origens com a contribuição dos índios, portugueses e africanos. Oportunidade para o incentivo à pesquisa da música, da dança, da execução dos instrumentos musicais, confeccionados pelos alunos, das comidas e bebidas típicas.

SETEMBRO

                Independência do Brasil fato histórico que poderá ser trabalhado por todas as dimensões do programa escolar, uma vez que o ensino do nosso hino nacional brasileiro tem no seu texto a mensagem de amor, falando da posição geográfica do Brasil, comparando-o com outros países. Ele é um exemplo de cidadania para se cultivar o amor à pátria.
                A história do nosso hino escolhido por aclamação pública, com sua música envolvente deve ser estimulada sendo cantado corretamente por todos os brasileiros.

OUTUBRO-NOVEMBRO

a) outubro mês da criança: ocasião em que deve ser explorada a confecção de brinquedos e a restauração da prática das brincadeiras com bolas, com as mãos, de pular corda, amarelinha, caracol e outras que os alunos de outras épocas brincavam antes do advento da avassaladora comunicação de massa.

b) novembro: o tema gerador não parte da canção, mas do som e de suas propriedades, num incentivo à pesquisa, com experiências realizadas pelos alunos, que envolvam a sua produção, propagação e suas qualidades: altura intensidade, timbre e duração aplicados no contexto musical para trabalhar as canções. Depois de todo o trabalho prático realizado durante o ano este será um trabalho de conclusão para uma maior fundamentação teórica.

DEZEMBRO

                Por ocasião do natal, partir das canções natalinas e incentivar a criação de jingles, cartões de natal com frases criadas pelos alunos e musicadas.


PLANO DE AULA – 1

Objetivo geral: Dança e Música.
Objetivo específico: Sociabilização – levar o aluno a comunicar-se e relacionar-se bem com os demais, a fim de manter certa harmonia, disciplina, união e interação dos grupos quando necessário em sala de aula.
Conteúdos:
- noções de espaço;
- noções de níveis;
- esquema corporal;
- coordenação motora;
- ritmo;
- fluência;
- criatividade.
Estratégia:
a -  Aquecimento: cantar uma música com determinados gestos que envolvam interação e interdependência.
b - Parte principal: movimentar-se ao som de músicas rápidas, moderadas e lentas.
                            No primeiro instante, o professor poderá sugerir que façam os mesmos movimentos que ele e, num segundo momento, deixar que eles criem seus próprios movimentos, sempre sob a voz de comando do professor.
Sugestões para a voz de comando:
- Dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto;
- Dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto somente com a cabeça /ombros/ braços/ pernas/ em um pé só/ com quatro apoios...;
- Dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto em locomoção para trás/ frente/lado direito-esquerdo;
- Dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto, de mãos dadas com um colega/dois/três;
- Dançar no ritmo da música nos níveis baixo, médio e alto e todas as vezes que for se locomover encostar-se a alguma parte do corpo de um colega.
c - desaquecimento: utilizar a brincadeira “escravos-de-jó”.
Avaliação: valorizar o processo e não a execução do movimento propriamente dito.

PLANO DE AULA – 2

Objetivo: Dança e Música.
Objetivo específico: treinar as habilidades de girar em um pé só, para os lados direito-esquerdo, todos os alunos no mesmo ritmo.
Conteúdos:
- Noções de espaço, direções, níveis e lateralidade;
- Coordenação motora;
- Ritmo;
- Equilíbrio;
- Fluência.
Estratégia:
a - Aquecimento: com música, seguir o professor que deverá estar movimentando cada segmento corporal;
b - Parte principal: treinar, tecnicamente, o giro em um pé só, para os lados direito-esquerdo (enfatizar a técnica e ir aumentando o grau de complexidade):
- O professor deverá mostrar uma seqüência coreográfica;
- Os alunos deverão ir treinando, junto com os movimentos do professor, parte por parte, até memorizarem toda a coreografia, até automatizarem todos os movimentos;
- Os alunos deverão repetir diversas vezes a mesma seqüência coreográfica (na qual deverá constar giros), até que os movimentos pareçam todos corretos;
- O professor poderá dar os seguintes estímulos: quem consegue girar mais? Quem consegue girar com a
Técnica correta?
c - Desaquecimento: com música lenta, seguir os movimentos do professor.
Avaliação: ocorrerá no processo, isto é, o professor deverá dar um retorno (feedback) constante, sobre os movimentos corretos ou errados dos alunos.

PLANO DE AULA – 3
Objetivo: Dança e Música.
Objetivo específico: Construção coreográfica.
Conteúdos:
- Noções de espaço, direções, níveis e lateralidade;
- Ritmo;
- Fluência;
- Criatividade.
Estratégia:
a - Aquecimento: o professor, sob o estímulo de um estilo musical, conduzirá alguns exemplos de Movimentos, segundo um tema por ele proposto. Em seguida, apenas passará a sugerir temas, nomeando determinados alunos que deverão criar movimentos e todos deverão reproduzi-los. Exemplo: temas sobre ações do cotidiano.
b - Parte principal:
- Dividir a classe em pequenos grupos;
- Distribuir temas para cada grupo;
- Cada grupo deverá construir uma coreografia, tendo as exigências de adequar os movimentos ao tema, ao estilo musical (noção de ritmo) e de explorar o espaço, níveis e as direções propostas;
- Limitar o mesmo tempo para cada grupo.
c - Desaquecimento: os alunos deverão deitar-se, fechar os olhos e sob o som de uma música instrumental tranqüila, coreografar mentalmente (idealização coreográfica).
Avaliação: O professor deverá atuar como um orientador, lançando situações-problemas e observando a participação de cada membro no grupo. Também poderá sugerir uma auto-avaliação ou avaliação do grupo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KANDINSKY, Wassily. Do espiritual na arte: e na pintura em particular. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

________. Olhar sobre o passado. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

WISNIK, José Miguel (2003). In. TERESA. Revista de literatura brasileira. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. Nº 4 5. São Paulo: Ed.34.

______, Jose Miguel. Está cheio de inferno e céu. Revista Abre-alas, 1979.

______, José Miguel (2004). Livro de Partituras. Rio de Janeiro: Gryphus.

______, José Miguel (2004). Sem Receita: ensaios e canções. São Paulo: Publifolha.

______. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras Ed., 1989.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei Federal nº. 9.394, de 26 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.

______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1997. v. 6: Arte

______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais (5a a 8a séries): arte. Brasília, 1998.



[1] Pós-Graduada do Curso de Pós-Graduação em Arte, Educação e Terapia – FAPI - Pinhais