sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vídeo: Desenvolvimento de crianças com Deficiênci Intelectual

Vídeo: Desenvolvimento de crianças com deficiência intelectual.

Vera Lúcia Pereira de Souza
Deficiência intelectual não é  uma doença mental. Uma criança e/ou adulto com deficiência intelectual é, antes de tudo ou de qualquer julgamento, uma pessoa; assim, ao contactar com uma criança, jovem ou adulto com deficiência intelectual, procure:
- Ser natural;
- Evitar superproteção;
- Tratar como criança, enquanto for criança, e jovem e adulto, como jovem e adulto;
- Evitar comparação, a criança, jovem e adulto com deficiênci intelectual, só pode ser comparada com ela mesma;
- Estabelecer limites de forma positiva;
- Enaltecer a criança, jovem ou adulto com deficiência intelectual, nunca subestimas sua capacidade de viver e também da sua inclusão social.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ess5_j-QWZI

Lembre-se:
É necessário proporcionar situações desafiadoras à capacidade das crianças, jovens ou adultos com deficiência intelectual, em todas as etapas do seu desenvolvimento, por meio de estimulação, interação, com seus pares da mesma idade ou não, família e sociedade.

sábado, 23 de julho de 2011

AMOR FRATERNAL

AMOR FRATERNAL
Numa sala de aula haviam várias crianças, quando uma delas perguntou à professora:
- Professora, o que é o Amor?
A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de Amor.
As crianças sairam apressadas e ao voltarem a professora disse:
- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
- Eu trouxe esta flor, não é linda?
 - Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha colecção.
- Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caido do ninho junto com outro irmão. Não é tão engracadinho?

 
E assim as crianças foram dizendo e mostrando o que trouxeram.

Terminada a exposição a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.
A professora dirigiu-se a ela e perguntou:

- Minha querida porque você não trouxe nada?
- Desculpe professora. Eu vi a flor e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas ao subir na árvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu à criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebara que só podemos trazer amor no CORAÇÃO:
 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

PAI... TÔ COM FOME...

Ricardinho
não agüentou o cheiro bom do pão e falou:
 

- Pai, tô com fome!!!
 

O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...
 

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!
 

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...
 

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:
 

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!
 


Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...
 

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...
 

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...
 

Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá....
 

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...
 

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...
 

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:
 

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!
 

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...
 

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...
 

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...
 

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...
 

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de
pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...
 

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...
 

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...
 

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...
 

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...
 

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...
 

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...
 

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...
 

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...
 

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...
 

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...
 

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...
 

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro....
 

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno....
 

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...
 


Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista...
 

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...
 

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...
 

Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:
 

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te dê o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'
 

(História verídica)
 

Se acharem que vale a pena repassem, pois nunca é tarde para começar e sempre é cedo para parar!!!
 
Que Deus te abençoe poderosamente lhe concedendo o dom da caridade e da fé.  Amém

VIVER PARA TRANSCENDER...

Viver para transcender

Viver para transcender
Há um momento na vida que já não vivemos mais apenas para satisfazer necessidades próprias. Há um  momento que passamos a viver para transcender.

No mês de abril de 2011, a professora Lúcia contou-me que estava com uma dificuldade para ajudar uma pessoa cega da Alemanha que estava em viagem para o Brasil. Ela estaria sozinha. Ela dominava parcialmente o inglês, mas desconhecia totalmente o Português. Ela pedira ajuda pela internet e, por intermédio de indicação na rede social, localizou a Lúcia, que estabeleceu com ela um tal vínculo que passou a ser essencial atendê-la  com todo cuidado. Mas o problema era outro. Ela teria seus compromissos em São Paulo, enquanto Lúcia reside em Curitiba.

Sabendo da necessidade, fiz um contato com uma colega que reside em São Paulo, tem filhos adolescentes e, quem sabe, pudesse prestar-lhe apoio. Mas as distâncias, os horários, os compromissos pessoais também a impossibilitavam de prestar o acompanhamento, o deslocamento do hotel para o evento até a Universidade de São Paulo – USP.

Lúcia teve de se deslocar de Curitiba para o hotel de São Paulo a fim de orientar os atendentes do hotel e travar o primeiro contato pessoal com a amiga cega da Alemanha. Depois vieram os contatos por meio de skype, webcam com os mensageiros do hotel. Seus filhos mobilizaram seus contatos com outros estudantes de São Paulo até que um desses colegas disponibilizou-se para acompanhá-la nas idas e vindas do hotel à Faculdade de Direito.

Mas, no início, ela escrevera: “Está difícil conseguir alguém para ajudar minha amiga. Estou quase arrependida.”
- Como é complexo arrebanhar pessoas para missões tão nobres!
- Por que não somos educados para lidarmos com as necessidadesdo outro?
- Por que somos celebrados apenas com as vitórias pessoais?
- Por que apenas o mérito é aplaudido?

Eis o que lhe escrevi antes de obter a solidariedade do jovem estudante.
Quanto ao contato da moça cega, o que lhe solicitou?
Como lhe poderá para auxiliar?
Por que arrepende-se de  algo que faz tão bem e que lhe realiza como ser que nasceu para servir?
Minha nobre, vibra com sua própria essência, pois que apenas os escolhidos a podem conhecer em tão curto tempo de vida.
Se somos buscados, nosso poder já ultrapassou a dimensão do controle sobre outras pessoas.
Nosso poder, nossa função já não é mais a da auto-satisfação. Nosso poder já alcançou a dimensão da transformação das vidas, das condições das pessoas.

 
Quando o poder do humano é usado para potencializar as forças do outro, não para diminuí-lo nem para controlá-lo, então, atingimos novo estágio de felicidade. “Sua felicidade não se limita ao que é percebido pelos  sentidos. Sua felicidade está nas raízes que alargam os passos do caminhante”……

Quando somos chamados não precisamos sufocar o outro com todas as nossas visões, nem com nossas preferências e maneiras. Mas podemos criar uma oportunidade, uma alternativa positiva.

Segundo Feuerstein, a qualidade da inteligência está em criar as condições, mesmo quando elas não são percebidas imediatamente.
O inteligente ama seu trabalho, ama suas gentes, assim como ama o desconhecido, o desafio……
O inteligente localiza os instrumentos, os apoios, as linguagens que aproximam as pessoas e as tornam mais eficazes.
O inteligente mostra-se eficaz, não porque realiza rapidamente sua tarefa nem porque livra-se do problema que lhe é demandado.
O inteligente é eficaz porque resolve o que necessita ser resolvido, um problema que lhe atinge ou que atinja a vida de outra pessoa.
Eis mais uma ação primordial do professor: ensinar o aluno a perceber e a buscar a Alternativa positiva.
O professor de matemática pode fazer constantes feedbacks aos seus alunos diante dos problemas: não há complexidade que resista a uma análise metódica dos dados.
Há sempre uma pista de saída.
Para encontrar a saída, não há que se lamentar por ainda ser aluno nem se julgar impotente diante do problema.
E ainda, não se pode julgar o problema de tão difícil solução  que seja melhor nem tentar  compreendê-lo.
Mas uma quarta condição é fundamental: desprender-se do prejulgamento. Nada é tão novo que não possa tornar-se familiar. Nada é tão complexo que não possa tornar-se simples.
E tudo, absolutamente tudo, pode ser realizado em conjunto.

Agora, retomo esse e-mail para concluir.
No tempo atual, não apenas as distâncias físicas encurtaram.
As pessoas aproximam-se não apenas para satisfação de suas próprias necessidades. Os problemas são partilhados e podem ser enfrentados em conjunto. As pessoas desejam ter experiências de conferir mais poder a quem apresente outras necessidades. Basta que lhes concedamos oportunidades e algumas condições para cada pessoa oferecer ao outro parte de seu potencial. O jovem ficou feliz com a oportunidade de conversar em inglês, conhecer um pouco sobre o modo como uma pessoa cega organiza-se e dirige sua vida.

Assim, como não há fronteira delimitada entre a língua oral e a língua escrita, também não há entre as línguas, entre as culturas, entre as pessoas com e sem deficiência.
Se a internet propiciou a aproximação, o contato entre as duas pessoas, o compromisso, a maturidade de não isolamento, o espírito de busca e de confiança nos outros seres humanos tornou um problema complexo em algo simples. Estabeleceu-se uma rede de apoio. O que era novo e desconhecido tornou-se familiar.
Uma necessidade que era individual passou a ser de muitas outras pessoas. Do mesmo modo, a satisfação
transcendeu a origem, a causa. Causa e conseqüência passaram a não mais se distinguir. Todos beneficiam-se quando se estabelece uma rede  de apoios humanos.
Nossas escolas precisam passar a educar para a transcendência. Todo conteúdo pode ganhar tal significado pessoal que possa constituir em ações a serem realizadas por alguma pessoa, em algum lugar.
A escola pode educar mais para os Processos, para as pequenas etapas. Os grandes resultados não são
completamente observáveis nem visíveis.
A cada dia, um sonho de realizar uma vida. A cada dia, não uma preparação para a vida, uma transcendência.

* Chuva, dá-me água para nutrir a sede nossas cabeças de menos obrigações e mais sensibilidade.
* Os autoritários lutam por suas crenças. Os seres humanos desenvolvidos lutam pelas necessidades das  pessoas.

Paulo Ross
21 07 2011

Fonte: http://profpauloross.wordpress.com/2011/07/21/viver-para-transcender/#comment-22 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

GLOBALIZAÇÃO

Desta vez o Luiz Fernando Veríssimo se superou.
 
GLOBALIZAÇÃO...

A melhor definição  de GLOBALIZAÇÃO que os professores nunca ensinaram.
Pergunta:
Qual é a mais correta definição de Globalização?

Resposta:

A Morte da Princesa Diana.
Pergunta:

Por quê?

Resposta:

Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos, em motos japonesas. A princesa foi tratada por um médico canadense, que usou medicamentos americanos. E isto é enviado a você por um brasileiro, usando tecnologia americana (Bill Gates) e provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa chips feitos emTaiwan e um monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh, numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões conduzidos por indianos, roubados por indonésios, descarregados por pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente, vendido a você por chineses, através de uma conexão paraguaia

Isto é   *
GLOBALIZAÇÃO!!!*


E QUEM SOU EU?

Nesta altura da vida já não sei mais quem sou...
Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou
CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR.
Para a Receita Federal
CONTRIBUINTE, se vendo algo importado sou CONTRABANDISTA. Se revendo algo, sou MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR. Para votar ELEITOR, mas em comícios sou MASSA . Em viagens TURISTA , na rua PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO e no hospital viro PACIENTE. Nos jornais sou VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o Ibope sou ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR.
Se sou
FLAMENGUISTA, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL , sou COLABORADOR) e, quando morrer... uns dirão... FINADO, outros... DEFUNTO, para outros... EXTINTO, para o povão... PRESUNTO... Em certos círculos espiritualistas serei... DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui... ARREBATADO...
E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um
IMBECIL !!!
E pensar que um dia já fui mais
EU.
Luiz Fernando Veríssimo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tecnologias e adaptações para inclusão e AVAPE

Tecnologias e adaptações para inclusão e AVAPE

Tecnologias e adaptações permitem que pessoas com diferentes deficiências exerçam as mais diversas profissões. Esta reportagem faz parte do programa de TV Sentidos, apresentado por Dudu Braga.

domingo, 10 de julho de 2011

JEAN PIAGET: TEORIA BÁSICA

JEAN PIAGET: TEORIA BÁSICA

Vera Lúcia Pereira de Souza[1]

Desde pequeno Jean Piaget evidenciou sua capacidade de observação. Quando tinha onze anos percebeu um melro albino em uma praça da cidade onde morava. Por meio da observação deste pássaro gerou seu primeiro trabalho científico. Formado em Biologia preocupou-se por estudar sobre o desenvolvimento do conhecimento nos seres humanos. As teorias de Jean Piaget, deste modo, tentam nos explanar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Daí a denominação dado a sua ciência de Epistemologia Genética, que é apreendida como a disciplina dos mecanismos do aumento dos conhecimentos. (LIMA, 1980)
Convém explicar que as teorias de Piaget apresentam constatação em fundamentos científicos. Ou seja, ele não apenas narrou o processo de desenvolvimento da inteligência, mas, experimentalmente, provou suas teses.
Sintetizar a teoria de Jean Piaget não é um trabalho simples, pois sua obra tem mais páginas que a Enciclopédia Britânica. Desde que se preocupou por divulgar o desenvolvimento da inteligência humana, Piaget trabalhou compulsivamente em seu desígnio, até as vésperas de sua morte, em 1980, aos oitenta e quatro anos, deixando documentado perto setenta livros e mais de quatrocentos artigos. Recordamos aqui alguns conceitos fundamentais de sua teoria, com a cooperação do “Glossário de Termos”. (LIMA, 1980)
1 - A inteligência para Piaget é o organismo de acomodação do organismo a uma circunstância nova e, como tal, da a entender a construção sucessiva de novos organismos. Esta adequação refere-se ao mundo externo, como toda adequação biológica. Desta forma, os sujeitos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos apresentados pelo ambiente que os circulam. O que vale ainda narrar que a inteligência humana pode ser praticada, procurando um aprimoramento de potencialidades, que evoluciona desde o nível mais inicial da vivência, assinalado por trocas bioquímicas até o grau das trocas simbólicas. (RAMOZZI-CHIAROTTINO apud CHIABAI, 1990).
2 - Segundo Piaget a conduta dos seres vivos não é congênita, nem conseqüência de condicionamentos. Para ele a conduta é estabelecida numa influência mútua entre o ambiente e o sujeito. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é distinguida como interacionista. A inteligência do sujeito, como adequação a circunstâncias novas, logo, está pautada com a complexidade desta interação do sujeito com o ambiente. Em outros vocábulos, quanto mais complicada for este intercâmbio, mais inteligente será o sujeito. As teorias piagetianas acendem campo de estudo não exclusivamente para a psicologia do desenvolvimento, no entanto igualmente para a sociologia e para a antropologia, além de admitir que os pedagogos delineiem um procedimento fundamentado em suas descobertas.
3 - “Não existe estrutura sem gênese, nem gênese sem estrutura” (PIAGET, 1982). Ou seja, a estrutura de amadurecimento do sujeito sofre um processo genético e a constituição esta sujeito a uma estrutura de amadurecimento. Sua teoria nos apresenta que o sujeito só ganha um determinado conhecimento se ficar preparado para recebê-lo. Ou seja, se puder atuar sobre o elemento de conhecimento para colocá-lo num sistema de relações. Não há um novo conhecimento sem que a constituição tenha já um conhecimento antecedente para poder assimilá-lo e transformá-lo. O que da a entender os dois pólos da atividade inteligente: assimilação e acomodação. É assimilação na medida em que agrupa a seus quadros todo o elemento do conhecimento ou estruturação por agrupamento do fato externo a formas devidas à atividade do indivíduo.  (PIAGET, 1982).
É acomodação na medida em que a estrutura se transforma em função do ambiente, de suas modificações. A adaptação mental compõe-se então em uma estabilização progressiva entre uma estrutura assimiladora e uma acomodação complementar. (PIAGET, 1982).
Piaget estabelece, segundo Dolle, o problema epistemológico, o do conhecimento, ao grau de um intercâmbio entre o sujeito e o elemento.
(...) essa dialética resolve todos os conflitos nascidos das teorias, associacionistas, empiristas, genéticas sem estrutura, estruturalistas sem gênese, etc.... e permite seguir fases sucessivas da construção progressiva do conhecimento (1974, p. 52).

4 - O desenvolvimento do sujeito começa no momento intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget expõe que a embriologia humana evolui ao mesmo tempo após o nascimento, designando mecanismos cada vez mais complexos. A constituição da inteligência dá-se, deste modo em fases consecutivas, com complicações crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget titulou de “construtivismo seqüencial”. (LIMA, 1980).
A seguir os momentos em que se dá este desenvolvimento motor, verbal e mental.
a. Período Sensório-Motor - do nascimento aos dois anos, aproximadamente.
A falta da função semiótica é a central propriedade deste momento. A inteligência trabalha por meio das percepções (simbólico) e das atuações (motor) por meio dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (imitação de sílabas) à palavra-frase ("água" para falar que quer tomar água) já que não imagina mentalmente o elemento e as atuações. Seu comportamento social, neste momento, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele). (LIMA, 1980).
b. Período Simbólico - dos dois anos aos quatro anos, aproximadamente.
Neste momento passa a existir a função semiótica que permite o aparecimento da linguagem, do desenho, da repetição, da dramatização, e assim por diante. Podendo inventar representações mentais na falta do objeto ou da ação é o momento da fábula, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a competência de formar imagens mentais pode modificar o objeto num contentamento de seu prazer (uma caixa de fósforos em veículo, por exemplo). É também o momento em que o sujeito “dá alma” (animismo) aos objetos ("a bicicleta do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está no nível de monólogo grupal, ou seja, todos discorrem ao mesmo momento sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “falando” narram citações que não têm semelhança com a frase que o outro está falando. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há comando e os semelhantes são constantemente trocados.
Têm outras características do pensamento simbólico que não estão sendo referidas aqui, uma vez que a proposta é de resumir os conceitos de Jean Piaget, como por exemplo, o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), superdeterminação (“oposição”), individualismo (tudo é “meu”), assim por diante. (PIAGET, 1982).
c. Período Intuitivo - dos quatro anos aos sete anos, aproximadamente.
Neste momento já há um anseio de esclarecimento dos acontecimentos. É a “fase dos porquês”, pois o sujeito indaga o período todo. Distingue a fábula do verdadeiro, podendo dramatizar a fantasia sem que creia nela. Seu pensamento permanece situado no seu próprio ponto de vista. Já é apto de organizar quantidades e conjuntos sem, no entanto compreender conjuntos menores em conjuntos maiores (margaridas no grupo de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não sustenta um diálogo longa, mas já é hábil de adequar sua resposta às palavras do companheiro.
Os Momentos Simbólicos e Intuitivos são também habitualmente apresentados como Período Pré-Operatório. (PIAGET, 1982).
d. Período Operatório Concreto - dos sete anos aos onze anos, aproximadamente.
É o momento em que o sujeito materializa as permanências de número, conteúdo, volume e peso. Já é apto de classificar elementos por sua dimensão (grandeza), abrangendo conjuntos, organizando então o mundo de forma coerente ou operatória. Sua organização social é a de grupo, podendo compartilhar de grupos maiores, comandando e aceitando a chefia. Já podem compreender normas, sendo leais a ela, e instituir compromissos. O diálogo torna-se possível (já é uma palavreado socializado), sem que, no entanto possam debater diversos pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum. (PIAGET, 1982).
e. Período Operatório Abstrato - dos onze anos em diante.
É o auge do desenvolvimento da inteligência e obedece ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o sujeito está capaz para calcular uma possibilidade, libertando-se do palpável em conveniência de interesses guiados para o futuro. É, enfim, a “abertura para todos os prováveis”. A partir desta composição de pensamento é plausível a lógica, que admite que o palavreado se apresente no nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização coletiva pode constituir relações de colaboração e reciprocidade. (LIMA, 1980).
5 - A importância de se definir os momentos de desenvolvimento da inteligência reside na ocorrência de que, em cada um, o sujeito adquire novos conhecimentos ou táticas de sobrevivência, de concepção e interpretação do fato. A concepção deste procedimento é essencial para que os professores possam ao mesmo tempo compreender com quem estão trabalhando.
A obra de Jean Piaget não apresenta aos educadores uma didática exclusiva sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Piaget nos demonstra que cada etapa de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de desenvolvimento do amadurecimento ou de conquistas. O conhecimento destas possibilidades faz com que os professores possam proporcionar estímulos apropriados a um maior desenvolvimento do sujeito.
Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécia de ‘técnico do time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ‘ensinando’... aí não está havendo uma escola piagetiana! (LIMA, 1980, p. 131).

O slogan “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”, do Método Psicogenético, instituído por Lauro de Oliveira Lima, apresenta seus embasamentos nestas teorias epistemológicas de Jean Piaget. Têm outras escolas, distribuídas pelo Brasil, que do mesmo modo buscam criar metodologias exclusivas embasadas nas teorias de Piaget. Estas ações passam tanto pelo campo da educação privada como pelo público. Alguns governos municipais, inclusive, já tentam adotá-las como regra político-legal.
Entretanto, ainda se ignora as teorias de Piaget no Brasil. Pode-se assegurar que ainda é restrito o número daqueles que procuram conhecer melhor a Epistemologia Genética e tentam aplicá-la na sua vida profissional, na sua prática pedagógica. (CHIABAI, 1990).
O conhecimento do homem sobre o mundo está ligado inteiramente à sua adequação à realidade, ou seja, só o conhecimento faz com que a indivíduo se encaixe mundo. Porém, esses conhecimentos alcançados pela adequação nada mais são que o desenvolvimento do próprio indivíduo.

CURIOSIDADES SOBRE PIAGET
O pai de Piaget, Arthur Piaget, era professor de literatura.
Piaget com apenas 10 anos publicou, em Neuchâtel, um artigo sobre um pardal branco.
Aos 22 anos, Piaget já era doutor em Biologia.
Piaget escreveu cerca de 70 livros e 300 artigos sobre Psicologia, Pedagogia e Filosofia.
Piaget casou-se com uma de suas assistentes, Valentine Châtenay.
Observando seus filhos, desvendou muitos dos enigmas da inteligência infantil.
Vygotsky prefaciou a tradução russa de A Linguagem e o Pensamento da Criança, de Piaget, de 1923.
Vygotsky e Piaget não se conheceram pessoalmente.
BIOGRAFIA DE JEAN PIAGET
1896 -  Em 9 de agosto, na cidade suíça de Neuchâtel, nasce Piaget.
1907 - Com 10 anos publica na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza de Neuchâtel um artigo com estudos sobre um pardal branco.
1915 - Forma-se em Biologia pela Universidade de Neuchâtel.
1918 - Torna-se doutor. Sua tese foi sobre moluscos.
Muda-se para a Zurique para estudar Psicologia (principalmente psicanálise).
1919 - Muda-se para a França. Ingressa na Universidade de Paris.
É convidado a trabalhar com testes de inteligência infantil.
1921 - A convite do psicólogo da educação Edouard Claparède (Escola Nova) passa a fazer suas pesquisas no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, destinado à formação de professores.
1923 - Lança seu primeiro livro: A Linguagem e o Pensamento da Criança.
1924 - Casa-se com Valentine Châtenay, uma de suas assistentes, com quem teve três filhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laureni (1931).
1925 - Começa a lecionar Psicologia, História da ciência e Sociologia em Neuchâtel.
1929 - Em Genebra passa a ensinar História do Pensamento Científico.
Assume o Gabinete Internacional de Educação (dedicado a estudos pedagógicos).
ANOS 30 - Escreve vários trabalhos sobre as primeiras fases do desenvolvimento, muitos deles inspirados na observação de seus três filhos.
1941 - Com as pesquisadoras Bärbel Inhelder e Alina Szeminska, publica trabalhos sobre a formação dos conceitos matemáticos e físicos.
1946 - Participa da elaboração da Constituição da Unesco, órgão das Nações unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Torna-se membro do conselho executivo e é várias vezes subdiretor geral, responsável pelo Departamento de Educação.
1950 - Publica a primeira síntese de sua teoria do conhecimento: Introdução à Epistemologia Genética.
1952 - É convidado a lecionar na Universidade de Sobonne, em Paris, sucedendo ao filósofo Merleau-Ponty.
1955 - Em genebra, funda o Centro Internacional de Epistemologia Genética, destinado a realizar pesquisas interdisciplinares sobre a formação da inteligência.
1967 - Escreve a principal obra de sua maturidade: Biologia e Conhecimento.
1980 - 16 de setembro, morre Piaget em Genebra.
Observação: Biografia retirada da reportagem "Jean Piaget", escrita pela jornalista Josiane Lopes, da revista Nova Escola, ano XI, nº 95, de agosto de 1996.

REFERÊNCIAS

CHIABAI, Isa Maria. A influência do meio rural no processo de cognição de crianças da pré-escola: uma interpretação fundamentada na teoria do conhecimento de Jean Piaget. São Paulo, 1990. Tese (Doutorado), Instituto de Psicologia, USP. 165 p.

DOLLE, Jean-marie. Para Compreender Jean Piaget. São Paulo: AGIR, 1974

LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para principiantes. 2. ed. São Paulo: Summus, 1980. 284 p.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 389 p.

SITES CONSULTADOS:


[1] Formada em Ciências, com habilitação em Matemática, para Ensino Fundamental (séries finais) e Ensino Médio. Especialista em Formação: Vocacional da Pessoa Portadora de Deficiência Mental; Magistério Superior; Psicopedagogia Clínica e Institucional; Arte, Educação e Terapia. Pedagoga. Graduanda em Serviço Social.

sábado, 2 de julho de 2011