SITUAÇÕES PROBLEMAS NA COMUNIDADE ESCOLAR
SOUZA, Vera Lúcia Pereira de.
Ilude-se
quem ajuíza que saúde é somente ausência de doença. A Organização Mundial de
Saúde[1]
(OMS), em 1946, deliberou que saúde é “o estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não meramente a ausência de doença ou incapacidade, assim
esta deve ser entendida em sentido mais amplo, como componente da qualidade de
vida”.
Assim,
percebe-se que a procura por saúde não abrange somente a cura, mas todos os procedimentos
que induzem a avanço na qualidade de vida. A saúde é um dos maiores recursos
para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, bem como uma importante
dimensão da qualidade de vida. (Carta de Ottawa[2]).
Refletindo
sobre Uso Racional de
Medicamentos
e Prevenção de Deficiências
SITUAÇÕES PROBLEMAS
1) Medicamento: O que é?
Para quê serve?
Medicamentos[3]
são produtos especiais elaborados com a finalidade de diagnosticar, prevenir,
curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo produzidos com rigoroso controle
técnico para atender às especificações determinadas pela ANVISA.
Os medicamentos diminuem ou
extinguem sintomas (dor, febre, inflamação, tosse, constipação, náusea,
vômitos, ansiedade, insônia, e assim por diante), mas, não agem nas causas.
Ao abrandar os sintomas, o
medicamento pode disfarçar a doença, dando a falsa impressão de que o problema
foi resolvido. Por isso, antes de usá-lo, é importante consultar o médico e o
farmacêutico.
Remédios e Medicamentos não são as
mesmas coisas.
Remédios estão associados a todo e qualquer tipo de cuidado
empregado para curar ou acalmar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar.
Alguns exemplos de remédio[4]
são: banho quente ou massagem para diminuir as tensões; chazinho caseiro e
repouso em caso de resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática de
atividades físicas para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis; medicamentos para curar doenças, entre outros.
Enquanto que os medicamentos são substâncias ou
preparações preparadas em farmácias (medicamentos manipulados) ou indústrias
(medicamentos industriais), que devem adotar determinações legais de garantia,
eficácia e qualidade.
Logo,
todo medicamento é um remédio, mas, nem todo remédio é um medicamento.
2) Quais seriam os prováveis problemas que poderiam
ocorrer em conseqüência do uso indiscriminado de medicamentos?
O uso indiscriminado de medicamentos ocasiona uma série
de problemas para a saúde. Também se sabe que é cada vez mais freqüente e
antecipada o uso indiscriminado de medicamentos pela população.
Seriam vários problemas que ocorrem com o uso
indiscriminado de medicamentos, tais como: Aspectos sócio-econômicos e Aspectos
relacionados à saúde.
3) Como o trabalho com o Uso Racional de
Medicamentos, em sala de aula, poderia colaborar para diminuir os problemas do
uso indiscriminado desses produtos?
A informação e a avaliação
crítica, promovidos pela atuação educacional, podem ser os passos iniciais para
a adoção de modos de vida mais benéficos em busca da qualidade de vida. E
educar em saúde não carece ser uma ocupação específica do professor, mas, de
toda a comunidade escolar. Entendo que não adianta ter conhecimento de algo; é
preciso converter o conhecimento adquirido em ação.
Portanto, é essencial informar,
educar e alertar os alunos e as pessoas sobre o verdadeiro papel dos
medicamentos na saúde, assim como sobre os riscos e os cuidados que se precisa
ter no seu emprego, promovendo o seu consumo de forma conscienciosa e racional.
4) Quando uma pessoa apresenta um sintoma (por
exemplo, febre, dor de cabeça, tosse) sempre é necessário o uso de
medicamentos? E de remédios?
Entre os medicamentos de venda aberta, recomendados
para dor, tosse e febre, contam-se centenas de marcas, mas, diversos podem ocasionar
reações alérgicas, intoxicações, interações medicamentosas e outras implicações
adversas. Portanto, antes de tomar
qualquer medicamento livre de prescrição, procure o seu farmacêutico, ele é o
profissional recomendado para dar uma orientação apropriada.
5) Na sua opinião, podem existir implicações a
saúde de se usar um medicamento tarjado (tarja vermelha) sem prescrição médica?
Medicamento de tarja
preto ou de tarja vermelha com retenção de receita[5] - unicamente podem ser dispensados
mediante preceito médico ou odontológico, com receita específica e retenção da
mesma na farmácia ou drogaria. Por serem à base de princípios ativos que atuam
no sistema nervoso central ou por terem efeitos colaterais graves, como a
dependência física ou psicológica, esses medicamentos são sujeitos a controle
específico.
6) Quais os centrais cuidados para garantir o uso adequado
de medicamentos?
Os
principais cuidados são seguir
a terapêutica prescrita pelo médico, tomar os medicamentos nos horários certos,
manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos e comparecer ao serviço
de saúde nos dias previstos são exemplos dos cuidados que os pacientes devem
ter. Agregar o uso dos medicamentos à rotina diária e adequá-lo ao estilo de
vida de cada pessoa facilita a adesão.
7) A automedicação é um costume comum na população.
Mas quais as implicações desta prática?
O uso impróprio de medicamentos
pode levar desde a uma reação alérgica leve até a um
quadro grave de intoxicação, além de disfarçar alguns sintomas
de uma doença mais grave, atrasando o diagnóstico e
comprometendo o tratamento.
8)
Por que é importante trabalhar este assunto em sala de aula?
A
facilidade de aquisição de medicamentos sem determinação médica, ou seja, a
prática da automedicação, é a solução imediatista para minimizar seus problemas
de saúde, contudo, essa prática deve ser repensada e corrigida. A automedicação
é um fenômeno potencialmente danoso à saúde individual e coletiva, pois nenhum
medicamento é inócuo ao organismo. (VILARINO, J. F. 1998[6]).
Logo,
é muito importante trabalhar este tema, pois, o mesmo causa vários danos à
saúde de todos os envolvidos na educação.
9) Como podemos inserir o
assunto o “Uso Racional de Medicamentos” e “a propaganda de medicamentos” para
professores da Educação Especial, professores da APAE de Nova Aurora?
Vários elementos publicitários sobre-estimam as
qualidades dos produtos, às vezes imprecisas, e excluem seus aspectos negativos e perigosos, comunicando, muitas vezes, o falso conceito de que o medicamento
divulgado é seguro, sem contra-indicações e/ou sem conseqüências colaterais.
Exaltam, somente, os benefícios dos medicamentos e os
colocam em uma posição principal na terapêutica, sem apresentar contextos com
embasamento em informações científicas consideradas válidas.
Assim, acabam levando ao uso impróprio de medicamentos,
à automedicação e, em determinados casos, originam detrimentos financeiros pela
obtenção de um produto impotente ou impróprio, o que pode intensificar gastos
do Estado frente à gravidade de patologias ou pela ocorrência de reações adversas.
De forma comum, as propagandas de
medicamentos não alertam os consumidores para a ocorrência de que nenhum medicamento é imune de riscos e que, por isso, deve ser consumido com responsabilidade, mesmo os de venda isenta de prescrição médica.
As demandas concernentes aos temas medicamentos e propaganda
de medicamentos precisam ser trabalhadas no currículo, por meio de uma relação
dos vários elementos curriculares, principalmente os de Língua Portuguesa,
Ciências, Estudos Sociais, Artes e Educação Física. Esse trabalho favorece a
“formação de atitudes e aquisição de conhecimentos, de valores que condicionem
os comportamentos dos alunos, estimulando-os a tomar atitudes acertadas nesse
campo”. (PCN’s, 1997[7]).
10) O que nós,
professores, podemos fazer para mudar essa situação no ambiente Escolar, sobre
o “Uso Racional de Medicamentos” na Escola da APAE de Nova Aurora?
A Promoção da Saúde é uma metodologia educacional que
conta com uma dimensão muito importante: a participação das pessoas envolvidas
no processo, reforçando a responsabilidade e os direitos dos indivíduos e da
comunidade pela sua própria saúde. (ANDRADE, V.; COELHO, M. A. S. M., 1997[8]).
Neste argumento, a Educação em Saúde constitui-se em
uma importante ferramenta de promoção da saúde.
Portanto, a escola desempenha um papel destacado na formação
dos cidadãos para a construção de costumes saudáveis, na medida em que o grau
de escolaridade e de desenvolvimento cognitivo colabora para o nível de saúde
da população, proporcionando a valorização da saúde, o discernimento e a
participação de resoluções relativas à saúde individual e coletiva.
Assim, na escola, educar para a saúde constitui
promover saúde, desenvolvendo no aluno as competências imprescindíveis para o
exercício da cidadania, da capacitação para o auto cuidado, bem como a apreensão
de que a saúde é um direito e responsabilidade pessoal e social. (DISTRITO
FEDERAL, 2002[9]).
[2]Carta de Ottawa - Documento
resultante da Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada no Canadá
(OMS, 1986).
[3] Fonte:
[4] Fonte:
[5] Fonte:
[6]
VILARINO, Jorge F. Perfil da automedicação em município do Sul do Brasi. Brasil. Rev.
Saúde Pública, 32 (1): 43-9, 1998.
[7]
PARÂMETROS
CURRICULARES NACIONAIS: 1ª a 4ª série. Brasília: MEC/SEF, 1997. v. 8 e 9.
[8]
ANDRADE, V.; COELHO, M. A. S. M. O processo educacional na promoção de
ações comunitárias em saúde. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 43,
n. 1, p.57-63, 1997.
[9]
DISTRITO FEDERAL. Secretaria do Estado de Educação. Currículo da educação básica das escolas públicas do Distrito Federal;
séries iniciais. 2º ed/Secretaria de Estado de Educação. – Brasília:
Subsecretaria de Educação Pública, 2002.
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