sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

PLANO DE AULA PARA ENSINO FUNDAMENTAL, EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E EJA - TEMA: ATIVIDADES LÚDICAS NA SALA DE AULA


PLANO DE AULA PARA ENSINO FUNDAMENTAL, EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E EJA


Vera Lúcia Pereira de Souza

PLANO DE TRABALHO

ATIVIDADES LÚDICAS NA SALA DE AULA


            JUSTIFICATIVA
            No dia a dia da sala de aula, professores procuram formas de tornar a educação mais atraente e eficaz. Uma das alternativas é aliar o prazer e o divertimento à aprendizagem. Contudo, nem sempre isso é fácil, mesmo porque os interesses e as solicitações dos alunos são bem variados. No caso particular de jogos e brincadeira, no entanto, quando encaminhados para a alfabetização e o ensino da língua materna, isso é perfeitamente acessível. Por meio deles integram-se o prazer e o aprender, sabor e saber.
            De início, toma-se a necessidade de que a escola ofereça aos alunos, desde os primeiros períodos, oportunidades de contato com a leitura e a grafia como práticas sociais, revestidas de significados, nas quais se procura a interação com o outro. Nesse sentido, a noção de práticas de letramento como usos sociais da leitura e da grafia é o pano de fundo para qualquer atuação pedagógica no campo da linguagem.
            Os jogos e brincadeiras são extraordinárias oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente constituído, já que o lúdico é eminentemente cultural. Por meio da ótica do psicólogo suíço Jean Piaget pode-se notar que a compreensão dos jogos não é somente uma forma de desafogo ou brincadeira para gastar energias das pessoas, mas meios que colaboram e enriquecem o desenvolvimento intelectual. (JUY, 2004).
            Para Piaget (1976) a atividade lúdica é a terra natal indispensável das atividades intelectuais da criança. Estas não são somente uma forma de alívio ou brincadeira para consumir energia das crianças, mas elementos que colaboram e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
O jogo é portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p.160).

            Outro grande pesquisador que, igual a Piaget, desenvolveu trabalhos no campo da Psicologia Genética e se interessou pelo jogo infantil, foi Henri Wallon. Avaliando o estudo dos estágios nomeados por Piaget, Wallon fez numerosas explanações onde demonstrava o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem, e seus aspectos referentes à socialização, fazendo referência à faixa etária dos sete anos, Wallon (1979) confirma seu empenho pelas relações sociais infantis nos momentos de jogo:
A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. (p.210)
            Desta forma, a escola precisa promover a aprendizagem empregando-se de atividades lúdicas que criem um espaço que favoreça o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto, o conhecimento escolar deve ser valorizado socialmente e o mesmo é um processo dinâmico e criativo por meio de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade. (KISHIMOTO, 1993).
            Com o emprego desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por modelo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e diferentes conteúdos, necessitando, no entanto, saber utilizar os recursos na ocasião oportuna, uma vez que as crianças desenvolvam a sua inteligência e constroem o seu conhecimento de forma descontraída. (KISHIMOTO, 1994).


            OBJETIVOS
- Este Plano de Trabalho, tem a finalidade geral de auxiliar o professor na utilização de jogos e brincadeiras para promover tanto a apropriação do Sistema de Escrita Alfabética quantas práticas de leitura, grafia e oralidade significativas;
- Refletir a respeito da utilização de jogos e brincadeira no ensino da língua materna;
- Refletir sobre a importância de agrupar o ensino do sistema alfabético a práticas de leitura e produção de textos, desde as séries iniciais;
- Promover atividades voltadas para o campo do sistema alfabético, leitura e produção de textos.

            PÚBLICO A SER ENVOLVIDO
- Professores, coordenadores e direção da Escola Especial “Novo Amanhecer”;
- Alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação Profissional da Escola de Educação Especial “Novo Amanhecer”.


            MÍDIAS QUE SERÃO UTILIZADAS
- Gibis, livros de Histórias em Quadrinho e Revistas de Histórias em Quadrinho.

            ATORES E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR
- Professores, coordenadores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação Profissional da Escola de Educação Especial “Novo Amanhecer”.

            DINÂMICA DA ATIVIDADE


Leitura e exploração de histórias em quadrinhos.
Leitura livre de quadrinhos (os alunos podem trazer gibis para a sala de aula).
Exploração das características do gênero (anotar respostas).
Distribuição de Quadrinhos fora de ordem, para os grupos classificarem.
Levantamento das pistas usadas pelos alunos e registro.
Transformação de uma história pequena em quadrinhos.
Identificação das diferenças das histórias em quadrinhos e outras histórias convencionais e registro das respostas dos alunos.
Sistematização pelo professor: relação texto/imagem para coerência do texto, exploração de elementos como: expressão de oralidade, marcação de tempo fora dos quadrinhos – acima ou abaixo, falas sempre em balões, marcador “FIM”, onomatopéias, tipos de letra que tentam apresentar a intensidade da fala, diversos tipos de balões de fala (pensamento, fala, sonho, e assim por diante).
Produção de história em quadrinhos em dupla.
Planejamento da história em quadrinhos que irão elaborar (definição de enredo, título, personagens, cenário, e assim por diante).
Produção, coletiva, de quadrinhos de brincadeiras, músicas infantis e adolescente, com conversa sobre as partes que devem ser colocadas nos balões, estruturar os textos, revisão e reescrita.
Produzir ilustrações dos quadrinhos de acordo com o enredo.
Preenchimento dos balões.
Revisão com todos os alunos de todas as partes da História em Quadrinhos. Montagem de tudo em ordem.
Decisão de como será a capa da História em Quadrinhos.
Produção de atividade: desenhos para colorir.
Organização do dia do lançamento da História em Quadrinhos (Gibi), com tomadas de decisões sobre as atividades a serem realizadas.
Confecção de cartazes do dia da divulgação da História em Quadrinhos e também aplicação das brincadeiras escritas na História em Quadrinhos.
Divulgação das músicas escritas em quadrinhos.

            PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Atividades propostas para serem realizadas no 1º Bimestre.

            CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE

Ao final das atividades o professor deverá fornecer o feedback das atividades realizadas, auto avaliar sua intervenção assim como um todo no processo, para identificar possíveis falhas de adaptar o Plano de Trabalho para ser bem realizado.
Os alunos deverão participar ativamente nesta etapa de avaliação, avaliando sua participação nas atividades propostas e dando suas sugestões.

            REFERÊNCIAS

JUY, A. F. Brincando Também se Aprende Português. 2004. Monografia. (Trabalho de Conclusão do Curso de Letras) – FACINOR, Loanda.

KISHIMOTO, T. M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis: RJ: Vozes, 1993.

KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. SP: pioneira, 1994.

PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.

WALLON, H. Psicologia e Educação da criança. Lisboa: Vega/Universidade, 1979.

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