DOCUMENTO
APRESNTADO NO CONGRESSO MUNDIAL DE INCLUSION INTERNATIONAL, REALIZADO EM
NOVEMBRO DE 2006 EM ACAPULCO, MÉXICO,
AMÉRICA CENTRAL
DEFININDO A NÓS MESMOS COMO PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E NOSSAS FAMÍLIAS
Este texto foi traduzido e digitado em
São Paulo em 21 de abril de 2007 e mandado a grande número de entidades e
pessoas engajadas em todo o mundo na luta em prol dos direitos humanos de
pessoas com deficiência intelectual.
Nossas questões são recorrentes e todo o
tempo voltamos a elas, ou porque participamos de palestras nas quais o tema foi
abordado e amigos pediam explicações, ou
porque sabemos que nossa lista de parceiros nesta luta teve diversos
acréscimos, mais estudantes e profissionais se interessam pela causa que
abraçamos e nossas questões básicas são, como sabemos, atemporais.
Traduzido do inglês e redigitado em São
Paulo em 21 de julho de 2012 por Maria Amélia Vampré Xavier, assessora da
Diretoria de Assuntos Internacionais da
FENAPAES, Brasília, integrante de REBRATES (Rede Brasileira do Terceiro Setor),
SP, Associação CARPE DIEM, SP,
Associação SORRI BRASIL, SP, Membro
honorário vitalício de INCLUSION INTERNATIONAL, a organização mundial que representa as
fanílias de pessoas com deficiência intelectual, defendendo os direitos de 60
milhões de pessoas com deficiência intelectual no planeta
Até hoje, julho de 2012, as pessoas com deficiência intelectual
permanecem em grande parte invisíveis na comunidade. Ao contrário do que acontece em países ricos
como o Canadá, que visitamos algumas vezes, em nosso país pouco se vê
caminhando pelas ruas pessoas com síndrome de Down, ou outro problema genético,
como spina bífida, que causou grandes sofrimentns e limitações a nosso querido
filho Ricardo, que vai completar 56 anos no próximo mês de setembro. Parece incrível que tenhamos passado, meu
marido e eu, 56 anos de nossa vida em constante cuidado com o Ricardo que toma
desde o nascimento dose maciça de medicamentos anti-convulsivantes mas que hoje,
aos 56 anos, tem uma vida mais tranqüila e controlada, graças ao cuidado todos
esses anos de uma grande neurologista paulista que trabalhou nos anos 80 na
APAE de São Paulo, cujo nome pronunciamos
com respeito e gratidão: dra. Elza Márcia Yacubian, abençoada seja você, Elza
Márcia, que tirou o Ricardo literalmente do chão já que tinha muitas crises
convulsivas desde muito cedo.
O
texto de INCLUSION INTERNATIONAL que aborda diretamente pessoas com deficiência
intelectual, e que foi distribuído em Acapulco no Congresso Mundial de II em
novembro de 2006, ao qual, infelizmente, não fomos o que representa sempre uma
perda significativa para nosso trabalho de informar. Vamos, pois, repetir o texto para uso de novos
parceiros que vimos acumulando:
“Outras pessoas pedem muitas vezes a nossas
organizações filiadas que definam quem
somos nós e o que é que advogamos, que defendemos. Definir a nós mesmos pode ser um negócio
complicado. Com freqüência muito grande
as pessoas com deficiência intelectual são definidas e rotuladas pelos outros
de formas que nos desvalorizam e causam objeções. Quem é esse “nós” a que se refere este estudo? Nossa resposta é a terceira seta indicativa
para nosso estudo.
“Somos pessoas que fomos identificadas
como tendo uma deficiência intelectual, o mesmo ocorrendo com nossas
famílias. Somos mães e pais, irmãos e
irmãs, tias e tios, primos, sobrinhas, sobrinhos, avós e avôs. Somos filhos de pais que têm deficiência
intelectual. Somos amigos e defensores que assumem o compromisso de ajudar a
fazer a inclusão plena, a cidadania, e os direitos humanos, progredirem.
“Pessoas com deficiência intelectual são
vizinhos e membros comunitários, colegas de escola, companheiros de trabalho e
cidadãos iguais aos outros. Na condição
de auto-defensores e famílias que somos, pedimos aos outros que reconheçam que
todos aprendemos de maneiras diferentes, e danos nossas contribuições únicas a
famílias e comunidades. Nossa mensagem é
clara. Não queremos mais que as pessoas
se refiram aos “retardados mentais” um termo que tem sido usado para
desvalorizar, segregar e discriminar pessoas.
“Fazemos um desafio àqueles que
gostariam de definir deficiência intelectual simplesmente como formas mais
lentas ou deficientes de lembrar, pensar e comunicar. Nossa mensagem é clara. Respeitar e compreender as diferenças. Valorizar todas as pessoas pelas
contribuições que dão. Tratar todas as
pessoas com igualdade, não levando em conta sua deficiência, orientação
religiosa, gênero, características étnico-raciais, culturais, orientação sexual, e outras
diferenças.
Isso não significa que as pessoas não
queiram se desenvolver. Ao contrário,
todos desejamos apoio para nos desenvolvermos até o potencial máximo, e trilhar
nosso caminho pela vida que é
único. Todos queremos florescer com outros
membros em nossas famílias, comunidades, escolas, e locais de trabalho. As pessoas com deficiência intelectual
desejam isso mesmo.
Portanto, usamos o termo deficiência
intelectual neste relatório para nos
referirmos `aquele grupo de bebês,
crianças, jovens, adultos e os mais velhos que em primeiro e mais importante
lugar são membros de famílias e comunidades, pessoas que algumas vezes
necessitam obter apoio e cuidados específicos em razão de seu aprendizado,
comunicação, e outras necessidades e contribuições que lhes são únicas.
Embora não exista uma contagem absoluta
das pessoas com deficiência intelectual ao redor do mundo, usamos neste
relatório a média das estimativas que ´pesquisadores e demógrafos da área se
inclinam a empregar – 2% da população global ou cerca de 130 milhões de
pessoas.
Traduzido
do inglês e redigitado em São Paulo em 21 de julho de 2012 por Maria Amélia
Vampré Xavier
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