|
UNITINS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ORIENTANDO PARA O FUTURO
EDUCAÇÃO
PREVENTIVA AO USO INDEVIDO DE
DROGAS
NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
“NOVO
AMANHECER”
NOVA
AURORA – PR.
AGOSTO/2010
|
UNITINS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
PROJETO DE INTERVENÇÃO
ORIENTANDO PARA O FUTURO
EDUCAÇÃO
PREVENTIVA AO USO INDEVIDO DE
DROGAS
NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
“NOVO
AMANHECER”
VERA LÚCIA PEREIRA DE SOUZA
Professora
Avaliadora: EZUNILDES AQUINO RESPLANDES
LIMA
NOVA AURORA – PR.
AGOSTO/2010
1
TÍTULO DO PROJETO
EDUCAÇÃO
PREVENTIVA AO USO INDEVIDO DE DROGAS NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL “NOVO
AMANHECER”
2
APRESENTAÇÃO
O uso indevido de drogas é um
tema que preocupa pais, educadores, profissionais de saúde e a sociedade em
geral.
Uma das dificuldades deparadas
para enfrentar o problema é a falta de conhecimentos seguros sobre o tema.
Muitas vezes, as informações são divulgadas fora de um contexto, sem
embasamento na realidade ou de forma distorcida, colaborando para uma visão
preconceituosa.
O projeto Orientando para o Futuro: Educação Preventiva
ao Uso Indevido de Drogas na Escola visa a atingir, alunos, pais,
professores e profissionais da Escola de Educação Especial “Novo Amanhecer” do
município de Nova Aurora – PR., e tem caráter interdisciplinar. Pretende-se, com
esta proposta, que é uma exigência da Disciplina de Estágio Supervisionado I, mobilizar
nos alunos, pais e profissionais da educação atitudes e valores positivos,
capacitando-os para que assumam com a necessária competência o seu relevante
papel na prevenção ao uso indevido de drogas na escola. A ênfase dessa
abordagem se dá no sentido de orientá-los para que sejam capazes de desencadear
em seu desenvolvimento do potencial sócio afetivo em direção a um estilo
saudável de vida em que o uso de drogas não desperte sequer interesse, ou então
um interesse ou uma curiosidade que não prejudiquem nem a pessoa e nem a
sociedade.
A dependência de drogas necessita ser abordada
enquanto questão complexa (Xavier da Silveira, 1996) e transdisciplinar
(Sudbrack, 2000) que demanda o trabalho de equipes habilitadas e disponíveis
para uma integração das competências e ao mesmo tempo dos desafios colocados no
exercício clínico.
Entende-se que o acesso à informação sobre as drogas
deve ser garantido como direito da população e prioridade nas políticas
públicas. Precisa-se distinguir que é um direito de cidadania ter acesso à
informação sobre drogas, bem como obter
um lugar de atendimento não repressor e de cuidado pessoal com a saúde.
3
JUSTIFICATIVA
O enfoco fundamental do trabalho da
escola deve ser a reflexão, colaborando para a visão crítica das situações e
dos problemas e para o desenvolvimento da autonomia e da competência de escolha
dos adolescentes.
O trabalho de prevenção na escola não
nasce, deste modo, de uma necessidade localizada, não pretende reprimir os
adolescentes, nem ensiná-los a “dizer não às drogas” ou fazer terrorismo sobre
uma “tragédia urgente”. Também, não se trata de acumular mais uma tarefa no já
sobrecarregado cotidiano do professor. A prevenção ao abuso de drogas é uma
tarefa integrante da sua função educacional, fazendo parte do seu projeto
pedagógico. Quando compartilhada pelos profissionais de serviço social e
educadores, pode ser percebida num argumento de construção da responsabilidade
social do grupo de alunos.
As atuações preventivas na escola
podem ser guiadas por diferentes modelos, que não são excludentes entre si,
constituem guias de ação e sua combinação e adequação são altamente desejáveis
para melhor servir à realidade local.
Cabe especificamente à escola
participar do trabalho de prevenção primária, ou seja, antecipar-se à
experimentação, por meio de atuações com o objetivo de evitar problemas
decorrentes do uso de risco. (SUDBRACK,
2000).
A proposta deste projeto
segue o modelo da educação para a saúde, baseado na prevenção primária e na teoria sistêmica e no paradigma do pensamento complexo, os
quais movimentam redes de proteção, em contraposição ao modelo do medo e à
pedagogia do terror, que origina paralisia e ineficácia.
Fazer prevenção do uso
indevido de drogas nesse ponto de vista remete a participar de muitas frentes
de trabalho. Versa-se de ações em rede
que instrumentalizam para a abordagem das questões mais estruturais de
diminuição da demanda, construindo estratégias de enfrentamento para minimizar
díspares dimensões conectadas ao fenômeno das drogas.
Na realidade, a proposta vai muito
além de oferecer tratamento para dependentes de drogas: trata-se da preservação
da qualidade de vida, proporcionando ao jovem a possibilidade de ser receptivo a
tudo o que o mundo proporciona de bom e prazeroso, ser capaz de vencer as
influências negativas da massificação, do consumismo, da corrupção e da
violência. (SUDBRACK, 2000).
Jaffe (1999) recomenda que o
abuso seja um padrão mal adaptativo do uso de substâncias, manifestado por
implicações adversas recorrentes e expressivas relacionadas ao uso frequente.
Já a dependência pode ser denominada como um agrupamento de indícios
cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando que a pessoa emprega a
substância apesar de problemas expressivos relacionados a ela.
Silveira Filho (1996)
salienta, também, que o abuso e a dependência de drogas não acontecem por
acaso. Tal fato é originado devido a fatores que remontam à infância do indivíduo
e, somados a isso, têm aqueles de caráter econômico, histórico, social,
cultural, familiar e psicológico. Deste modo, para ser mais bem compreendido,
deve-se levar em consideração três elementos, ou seja, a substância psicoativa,
a singularidade biológica e psicológica e o contexto sociocultural. A ação
preventiva, vista por esse prisma, deve atentar para esta tríade para não
avigorar o mito de que a droga é em si mesma a causa do problema.
O presente Projeto será
destinado aos Professores, comunidade escolar, pais e alunos da Escola Especial
“Novo Amanhecer” do Município de Nova Aurora – PR.
4 OBJETIVOS
4.1GERAL
Levar informações, aos
alunos especiais, pais e comunidade escolar da Escola de Educação Especial
“Novo Amanhecer” – APAE de Nova Aurora, PR., sobre o mecanismo de ação das
drogas e suas conseqüências individuais e sociais, empregando a prevenção
primária, onde a mesma tem o objetivo de extinguir ou reduzir os fatores
sociais, culturais e ambientais que favoreçam o uso indevido de drogas.
Oferecendo subsídios para ajudar os pais, a comunidade escolar, os alunos
especiais sobre a realidade do uso indevido de drogas.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Levar parte do
conhecimento científico dos profissionais da Escola Especial “Novo Amanhecer”
para a comunidade escolar, alunos especiais e pais;
- Conscientizar os
adolescentes/jovens especiais de que a qualidade de vida, o lazer e a
participação na comunidade são formas de evitar a procura pela droga;
- Descrever os prejuízos
ocasionados pelas drogas ao organismo;
- Averiguar quais são as
principais dúvidas que os jovens especiais dessa idade apresentam em relação às
drogas.
5
PÚBLICO ALVO
O
projeto inicia-se no segundo semestre de 2010, com pais, professores,
profissionais da saúde, assistente social, três estagiárias de serviço social e
com alunos adolescentes com deficiência intelectual, múltipla deficiência e TGD
(transtornos globais do desenvolvimento) matriculados na Escola de Educação
Especial “Novo Amanhecer” – APAE de Nova Aurora, localizada na Avenida
Gonçalves Dias, 354, no Município de Nova Aurora – Paraná.
6 METAS A ATINGIR
O foco do presente Projeto
serão 45 (quarenta e cindo) alunos com deficiência intelectual e/ou múltipla
deficiência e/ou TGD, professores e familiares.
O presente Projeto trabalhará
na prevenção primária que segundo a OMS (1992) “é o conjunto de ações
que procuram evitar a ocorrência de novos casos de uso abusivo de psicotrópicos
ou até mesmo um primeiro uso”.
A prevenção primária será
realizada na divulgação de informações, destacando-se o modelo na informação
científica não tendenciosa (informação geral e isenta sobre as drogas).
A meta da prevenção primaria
é "resguardar" aos alunos especiais e criar ambientes sociais e
físicos que sejam positivos para erradicar o problema antes que ocorra.
Deste modo, se propõe uma
estratégia de intervenção dupla: tentar transformações nos alunos especiais e
nos seus contextos (família, escola, bairro); tentar modificar os fatores ocasionadores
que perturbam o pleno desenvolvimento psicossocial (fatores econômicos, culturais,
educativos, sanitários).
7
METODOLOGIA
O
projeto será realizado por meio de quatro encontros mensais sempre com uma
mesma turma de alunos, no período matutino (08h00 às 12h00). Cada encontro será
dividido de dois momentos. Primeiramente uma palestra, sendo que no transcorrer
da mesma será realizadas dinâmicas de grupos objetivando maior integração e
consciência corporal. A Segunda parte será realizada através de atividades de
técnicas de grupo como roda de música, teatro, dança e finalizada com uma
sessão de relaxamento. As atividades recreativas visão uma maior consistência
do grupo e melhor absorção dos temas abordados, como também buscam elevar a
conscientização dos alunos de que há coisas boas que são encontradas na
convivência em grupo.
As palestras proferidas
serão sobre temas pautados à informação e prevenção às drogas, com duração
aproximada de uma hora. Ressalta que um fator diferencial nas mesmas será o
modo como serão realizadas. No transcorrer das palestras serão realizadas
dinâmicas de integração entre alunos e a equipe do projeto, brincadeiras que
visam uma melhor consciência corporal.
As dinâmicas de grupo,
realizadas no segundo momento, terão como objetivo principal a socialização dos
alunos para que estes possam no futuro construir e integrar uma sociedade mais
justa e plena de possibilidades para todos, instituindo ambientes de
convivência sadios, onde seja admissível vivenciar formas criativas,
democráticas e solidárias de resolução de problemas, respeitando-se a
individualidade sem que, no entanto, possa intervir na construção coletiva de
qualidade de vida social.
O relaxamento avaliado como
o motor fundamental para a consciência corporal por melhorar a comunicação com
o corpo físico concebe deste modo, uma ponte para uma boa comunicação
mental-emocional-espiritual.
De forma mais detalhada, no
primeiro encontro será feita uma apresentação dos integrantes do grupo, dos
objetivos e propostas do nosso projeto e a forma como será feita a interação
com os alunos. Pediremos de uma forma inusitada que cada um se apresente
dizendo nome, idade, procedência e o estado de espírito em que se encontra
(feliz, apaixonado, triste, sonolento...). Em seguida, a música, interpretada
pelos Titãs, chamada Flores, de autoria de Tony Bellotto, Sérgio Britto,
Charles Gavin e Paulo Miklos, pertencente ao disco “Ô blesq blom” lançado em
1989 será tocada e ensinada aos alunos por um dos membros da equipe. O
esclarecimento do por que da música virá logo depois, relacionando o sentido
das Flores com as Drogas. No tema da palestra deste primeiro encontro, será
abordada uma iniciação sobre drogas descrevendo seu histórico, classificação, consequências
e danos relacionados de uma forma geral.
No segundo encontro,
discutirá sobre as drogas legais, mais nomeadamente sobre o álcool e o cigarro,
abordando subsídios sobre suas substâncias constituintes e suas consequências.
Quanto ao álcool, será explicado que não só o alcoolismo é prejudicial, mas sim
que basta extrapolar na insensatez para danificar a própria vida e a de outros.
Já quanto ao cigarro será como uma droga silenciosa que vai operando com o
transcorrer dos anos.
O terceiro encontro visa uma
maior explicação sobre as drogas ilegais mais utilizadas e suas aplicações, com
proeminência para maconha, cocaína e seus derivados, também discorrendo sobre
suas implicações e consequências para a saúde, bem como seus riscos de
dependência.
Concluindo, no quarto
encontro será sobre as formas de terapêutica abordando sobre os princípios
adotados pelos grupos de Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos e nas
Fazendas de Recuperação. Neste encontro ao mesmo tempo falaremos sobre as
implicações sociais da utilização de drogas abrindo espaço para declarações de
espontâneas. Assim, no segundo semestre de 2010, os alunos especiais da Escola
Especial “Novo Amanhecer” farão exposições sob a forma de teatro, demonstrando
não só o que estudaram, mas também enriquecendo com a realidade vivida dentro
da própria comunidade.
No final de cada encontro
serão aplicados questionários abertos de aproveitamento como forma de
avaliação. Nesse questionário os alunos mencionarão o que mais gostaram o que
não gostaram e sugestões para os próximos encontros, respondendo as seguintes
demandas:
Que bom? – delibera o que os
alunos acharam do encontro do dia;
Que pena? – definirá o que não
gostaram no encontro do dia;
Que tal? – definirá o que os
alunos gostariam de alterar para os próximos encontros.
No quarto e derradeiro
encontro serão feitas às mesmas perguntas, entretanto além de analisar o
encontro do dia, será avaliado ao mesmo tempo todo o projeto.
Além do mais, a equipe do
projeto fará uma avaliação de como os alunos e os pais se portam no proceder
dos encontros, quanto à participação, interesse e aprendizado demonstrado.
8
RECURSOS E PARCERIAS
8.1HUMANOS
Assistente Social, Psicóloga, Terapeuta
Ocupacional, Fonoaudióloga, três Estudantes de Serviço Social, Fisioterapeuta,
Alunos com deficiência intelectual e múltipla deficiência e/ou com TGD,
professores, pais e voluntários.
8.2 MATERIAIS
De consumo: papeis, canetas, CD, lápis de cor, giz.
Permanentes: sala de aula, TV, DVD, mesas, cadeira,
computador, telefone, máquina fotográfica.
Financeiro: Todos os materiais de consumo e
permanentes serão utilizados da Escola, pois, a mesma já possui tais materiais
e espaço físico.
8.3 ORÇAMENTO
Os custos serão indiretos,
onde os mesmos já serão previstos nos orçamentos geral da Escola onde será
implementado o presente Projeto, sendo que os salários dos professores e
profissionais da saúde envolvidos no mesmo, serão pagos pela Instituição, pois
os mesmos são funcionários da entidade.
9
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE EXECUÇÃO DO PROJETO
Nº
|
ATIVIDADES
|
JUN
|
JUL
|
AGO
|
SET
|
OUT
|
NOV
|
DEZ
|
01
|
- Revisão do Projeto e Reunião com
Equipe do Projeto
- Preparação para início das
Atividades do Projeto (revisão de todo material e verificação do espaço
físico que será utilizado no Projeto)
|
X
|
X
|
X
|
X
|
|
|
|
02
|
1º Encontro:
- Com o Público Alvo
- Apresentação da Equipe do
Projeto
- Palestra e Dinâmicas
|
|
|
X
|
|
|
|
|
03
|
2º Encontro:
- Palestra / Discussão sobre
drogas legais
- Dinâmicas
|
|
|
|
X
|
|
|
|
04
|
3º Encontro:
- Palestra / Informação e
explicações sobre as drogas ilegais
- Dinâmicas
|
|
|
|
|
X
|
|
|
05
|
4º Encontro:
- Apresentação, através de
Palestra a forma terapêutica dos Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos.
- Dinâmicas
|
|
|
|
|
|
X
|
|
06
|
Avaliação:
- Equipe do Projeto fará Avaliação
sobre os Encontros / Palestras com o Público / Alvo
- Fechamento do Projeto e
exposição das considerações finais do Projeto, onde serão apresentados os
resultados para Equipe do Projeto e o Público Alvo.
|
|
|
|
|
|
|
X
|
10
AVALIAÇÃO
A prevenção primária, que é
o foco deste Projeto, quer evitar ou retardar a experimentação do uso de
drogas. Assim, faz referência ao trabalho que é feito junto aos alunos que
ainda não provaram, ou jovens que estão na idade em que costumeiramente se
inicia o uso.
Pretende-se quantificar o
número de pessoas que o Projeto atingiu e, o número de atividades que cada aluno
participou. A partir destas informações, averígua-se se o Projeto alcançou toda
a população inicialmente planejada. Para esta avaliação será utilizada um
instrumento de registro para que posteriormente cada atividade cumprida durante
o Projeto, seja analisada.
O conhecimento acumulado da
rede de segurança que a escola pode vir a proporcionar serve como prevenção
primária e extrapola os muros da instituição e da simples educação. Esses
elementos passam a ser fundamentais na formação de sujeitos conscientes e
ativos positivamente dentro da sociedade.
REFERÊNCIAS
JAFFE, J. H. Transtornos relacionados a substâncias. In: KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J. (Orgs). Tratado de Psiquiatria. Tradução Andréa
Callefi et al. 6 ed. Porto Alegre, vol. 1: Artes Médicas, 1999.
OMS - Organização Mundial da Saúde 1992. Reagindo
aos Problemas das Drogas e do Álcool na Comunidade, São
Paulo.
SILVEIRA FILHO, D. X. Dependências: de que estamos falando afinal? In:
SILVEIRA FILHO, D. X.; GORGULHO, M. (orgs.). Dependência: compreensão e assistência às toxicomanias.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996. p. 1-13.
SUDBRACK, M. F. O. Abordagem Comunitária: uma nova forma
de pensar a prevenção do uso indevido de drogas. In: Sudbrack, M. F. O., Seidl, E. M. F., Costa L. F. (orgs) (2000). Prevenção do uso indevido de Drogas: diga Sim à Vida. Brasília,
CEAD/UnB/SENAD- SGI- Presidência da República, v.2, p.23-32.
Nenhum comentário:
Postar um comentário