ÁFRICA
BERÇO DA HUMANIDADE E DA CIVILIZAÇÃO
SOUZA, Vera Lúcia
Pereira de.
As teorias científicas mostram a África como continente
aonde aconteceu o aparecimento da espécie da humanidade. A cada momento surgem
novidades na arqueologia, contudo, neste momento, o fóssil mais antigo achado é
o do AUSTRALOPITECUS[1]
com aproximadamente 3,2 milhões de anos. Este fóssil foi denominado de Lucy. A
origem da denominação do nome deve-se a música dos Beatles “Lucy no céu com
diamantes” que estaria sendo escutada na hora do achado.
AUSTRALOPITECUS
Outras espécies humanas como o HOMO ERECTUS e o HOMO
SAPEINS (segundo os cientistas é a nossa espécie) também surgiram e se
desenvolveram na África e de lá se espalharam pela Europa, Ásia, Oceania e
América[2].
É um erro, ao avaliarmos o continente africano,
avaliarmos, somente, os últimos 500 anos quando a dominação europeia
desestruturou toda a organização ali existente.
Antes de qualquer contato com as pessoas portuguesas,
as pessoas africanas já navegavam e tinham contato com a Índia, China e Europa.
Os mouros que dominavam a Península Ibérica eram
pessoas africanas islamizadas. Por meio delas Portugal e Espanha incorporaram
importantes características culturais e étnicas[3].
A origem da palavra escravo está na palavra “eslavo”
que dizia respeito ao grupo linguístico do leste europeu e não esta ligada as
pessoas africanas. A escravização não era somente dos povos africanos da
antiguidade[4].
Na América, com a exploração do território do Brasil as
pessoas portuguesas transportaram uma grande quantidade de pessoas africanas
escravizadas, para servirem de mão-de-obra nos latifúndios do Brasil Colônia e
Brasil Império[5].
A opção pela escravização de pessoas africanas e não
pelas pessoas indígenas, decorreu pelos lucros que o tráfico e a exploração
colonial proporcionavam para Portugal.
A história nos demonstra que as pessoas indígenas
também, foram escravizadas, sempre que necessário, porem os lucros vindo do
tráfico de pessoas africanas, eram por vezes superiores aqueles proporcionados
pela produção dos gêneros agrícolas de exportação de cada período.
Pelo desenvolvimento tecnológico, em que os povos se
achavam, é possível afirmar que as pessoas africanas eram uma mão-de-obra mais
qualificada, porém, trata-se de um duplo equivoco a afirmação que de as pessoas
africanas, fossem mais dóceis e escravização que as pessoas indígenas que, eram
consideradas preguiçosas e rebeldes[6].
As pessoas africanas nunca aceitaram a escravização,
superando os planos de quebra de sua resistência.
Às vezes me chamam de negro,
Pensando que vão me humilhar
Mas o que eles não sabem é que só me fazem lembrar
Que eu venho daquela raça, que lutou pra se libertar
Pensando que vão me humilhar
Mas o que eles não sabem é que só me fazem lembrar
Que eu venho daquela raça, que lutou pra se libertar
Que criou o Maculelê
E acredita no camdomblé
E que tem um sorriso no rosto
A ginga no corpo
E o samba no pé
Que fez surgir de uma dança
Luta que pode matar
Capoeira, arma poderosa
Luta de libertação
Brancos e negros na roda se abraçam como irmãos
Perguntei ao camará, o que é meu?
O que é meu irmão?
Ô meu irmão do coração
O que é meu irmão?
Ô Camará o que é meu?
(Luiz Renato)[7]
A tendência à homogeneização deve ser combatida. Tanto
a África como o Brasil tem heterogeneidades que precisam ser levadas em conta.
Foram às pessoas europeias que denominaram, de forma genérica, todas as pessoas
africanas de “negros” sem levar em consideração os diferentes territórios
étnicos a que pertenciam.
Para o pensamento hegemônico de matriz europeia,
civilizar o Brasil era afastar as pessoas de seus referenciais de identidade
étnica. Daí a proibição da capoeira e do candomblé e o preconceito contra tudo
que a pessoa possa lembrar nossas matrizes culturais africanas.
Deste modo, o corpo da mulher negra, torna-se alvo do
preconceito por se ele o portador da heterogeneidade, da cor dos olhos, da
textura do cabelo, da dança, por requebrar, por realizar movimentos
cerimoniais. Foi o corpo das mulheres negras que, também, recebeu a violência
por andar descalço, receber marcações, de trazer os sinais dos acoites.
Manter a memória das mulheres negras, por meio da arte,
é então preservar heranças nos objetos, na dança, nas histórias contadas
oralmente, no vestuário, na música tocada ou cantada, na maneira de trabalhar e
se alimentar.
Buscar uma identidade heterogênica é, também, ser mais
brasileiro. Assumir a beleza estética que veio dos ancestrais das pessoas
negras é uma forma de resistência e de pertencimento. É conquista de cidadania.
SUGESTÃO
DE SITE NA INTERNET
A
CASA DAS ÁFRICAS
Fonte: http://www.casadasafricas.org.br/wp/wp-content/uploads/2012/05/copy-tugu-na-2.gif
A Casa das Áfricas é um instituto de pesquisa, de formação e de promoção de atividades
culturais e artísticas relacionadas ao continente africano.
Seu
objetivo fundamental é de contribuir para o processo de produção e ampliação de
conhecimentos sobre as sociedades africanas e para o diálogo entre instituições
e pesquisadores que tenham como foco de trabalho a África, notadamente nas
regiões do oeste e do norte do continente além dos países de língua oficial
portuguesa.
Espaço cultural e de estudo sobre as sociedades
africanas. Disponível em: <http://www.casadasafricas.org.br/>.
SUGESTÃO
DE FILME
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-e0xK5htIJkg/UB7F_FUNypI/AAAAAAAAAcY/yfkcvHgTQxA/s320/amistad-jpeg.jpg
Amistad. Apesar de não procurar representar a realidade
brasileira o enredo é bem interessante, pois, discute a injustiça da
escravidão.
Lançamento: 20 de fevereiro de 1998 (2h
35min).
Dirigido por: Steven
Spielberg.
Com: Anthony
Hopkins, Nigel Hawthorne, Morgan Freeman.
Gênero: Drama, Histórico.
Nacionalidade: EUA.
Cena do
filme Amistad.
Disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=hU07Hh0sFCc>.
[1] Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Australopithecus>.
[2] Disponível em: <http://www.infopedia.pt/$homo-sapiens-sapiens>.
[3] Disponível em:
[5] Disponível em:
[6] Idem.
[7] Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=MuIZK_McMiE>.
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