ARTIGO
EDUCANDOS
COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA
DEFICIÊNCIA - PRECONCEITO
SOUZA, Vera Lúcia Pereira de.
Certo
é que, têm desafios a encarar de forma imediata. Um deles refere-se à adequação
da sociedade aos novos momentos que demandam a participação ativa e dinâmica de
pessoas com e sem deficiência, num espaço harmônico, flexível e aberto à
comunicação e à participação de todos. E outro, voltado à segurança dos
direitos fundamentais, tais como à educação, à saúde, ao trabalho, à
assistência social e à vida com ética e responsabilidade, na perspectiva de um
vindouro integral de conquistas, sem impedimentos e com justiça social.
A
nova cidadania, na sociedade atual, fundamenta-se na ideia de que cada pessoa é
um sujeito de direitos. No caso das pessoas com deficiência, isto denota que o
indivíduo não precisa ser mais visto como alguém condicionado a cuidados ou que
necessita permanentemente de assistência, mas como uma pessoa com voz e vontade
próprias.
A
cidadania não é dada, ela é edificada e conquistada por meio da existência, da
organização, participação e interferência social.
As
pessoas com deficiência são invisíveis para uma grande parcela população. Elas
existem, porém quase não aparecem na cidade, deixando pensar que a causa está
nas próprias pessoas, impossibilitadas de se integrarem à sociedade, quando é a
própria sociedade que lhes limita o ingresso. Os preconceitos são numerosos.
Além de defeituosa, inútil, incapaz e dependente, costuma-se refletir que a
pessoa com deficiência intelectual e múltipla deficiência é adoentada e
necessita basicamente de cuidados médicos ou de cura. Pensa-se que ela não tem
pretensão própria, que não tem sexualidade e às vezes nem sexo, e que não pode
ter filhos. Acompanham-se os sinais para cada deficiência: a do surdo, de que
não fala; a do cego, de que não enxerga; a da pessoa com implicações de
hanseníase, de que é um “leproso” contagiante e assim por diante.
É
essencial “desconstruir” esses preconceitos a respeito das pessoas com
deficiência, empregar as designações adequadas para apreender verdadeiramente o
que denota ser uma pessoa com deficiência. Antes de tudo, uma pessoa com
deficiência é uma pessoa - semelhante a todas as outras e na mesma ocasião
diferente -, com características e restrições próprias, como todos nós temos,
em níveis e natureza variados.
Na Escola Novo Amanhecer – APAE de Nova Aurora sempre divulgamos que a
obrigação de defender o cumprimento das leis e garantir os direitos coletivos
das pessoas com deficiência é do Ministério Público Estadual e do Ministério
Público Federal e que é o dever de defender os direitos individuais de todas as
pessoas com deficiência que não têm recursos, para a contratação de advogados,
é da Defensoria Pública Estadual e da Defensoria Pública Federal.
Podemos aprender uns com os outros para sermos mais e fazermos mais, mas, para
isso necessitamos enxergar os outros, dar importância aos outros, sentir
ausência dos outros, dessa ampliação de horizontes que representam. Não
satisfaz, assim, falar não à discriminação. É necessário falar sim à
heterogeneidade por meio de práticas que supõem inclusão e gestão da
heterogeneidade.
Creio
que preconceitos inofensivos não existem, todos os preconceitos fazem sofrer na
alma e na carne. Precisamos estar vigilantes constantemente a filmes de cinema,
novelas de TV, relatórios em todos os círculos de comunicação. E denunciar o
cometimento de atos preconceituosos e discriminatórios. Mas igualmente educar,
ensinar o público, divulgando como e aonde os preconceitos e discriminações se
apresentam. Acredito que, vale a pena o trabalho de conscientizar a sociedade.
Todas as ocasiões que interferimos, fazemos a diferença: a cada interferência,
adicionamos um tijolo na edificação de uma sociedade inclusiva e justa.
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